Ciclos e Festas

Páscoa

A Páscoa se torna uma comemoração importante quando mergulhamos na vida, no mundo natural e nos seus ciclos, pois essa é a origem da Páscoa, tal como a conhecemos, vivendo o seu real significado, sem dogmas e sem jogos de interesses por trás.

A origem da Páscoa é muito anterior ao nascimento de Jesus, e assim, muito anterior a Igreja Católica Romana.

O nascimento e morte do Cristo, pode ser visto na passagem do sol pelos signos do zodíaco, porém deixemos para falar sobre isso noutra hora, agora quero falar da importância de Jesus, independente de como e quando ele nasceu e foi morto.

Vou falar de Jesus sobre três enfoques.

1º Enfoque, o Jesus histórico:

Yehoshua, um judeu, que não nasceu no dia 25 de dezembro, e que se tornou rabino, viveu entre os essênios, veio ao mundo para reconduzir o seu povo, e legou a humanidade um grande ensinamento, uma obra profunda mesmo que de aparente simplicidade.

2º Enfoque, o Jesus mito:

Símbolos e mitos revelam certos aspectos da realidade, muito profundos, que ainda desafiam qualquer forma de conhecimento e nos falam diretamente a alma, resumidamente falando, no que aqui quero abordar, são manifestações que se repetem de tempos em tempos, de eras em eras, como um deus “solar”, ação essa repetida nos mais diversos rituais. É só procurarmos na história e encontraremos personagens com histórias semelhantes, Átis, Mitra, Hórus, Krishna…

3º Enfoque, o Jesus místico:

Aqui nós falamos do ensinamento que Jesus nos deixou, mesmo que em um tempo bem curto, o tempo de sua pregação. O ensinamento por ele legado teve vários níveis, um bastante simples era para o povo, outro para os discípulos, e outro ainda mais elevado, era para os discípulos “especiais”; visto que alguns de seus ensinamentos poderiam até ser mais prejudicial do que benéfico, para quem não estivesse evolutivamente preparado para recebê-los, inútil para quem não tivesse ouvidos capazes de ouvir!

E pasmem, mas há um caminho iniciático nos evangelhos, basta termos um olhar atento para retirar enxertos, e compreender a linguagem velada que ali está.

Mas voltando a Páscoa, o carnaval, também está relacionado a ela. Na Grécia e Roma está ligado as Saturnálias, entre os Celtas e outros povos antigos está relacionado a festas pagãs regadas a muita comida e principalmente bebidas o importante era que o povo fizesse uma catarse para depois entrar em um período de purificação e jejuns, uma preparação para a festa do equinócio da primavera. O nome carnaval vem de “carnelevarium” que significava afastar-se da carne, pois por 40 dias eles não comeriam carnes, a alimentação seria bem mais leve e com jejuns.

A Quaresma que vem de 40, mas na verdade são os 47 dias que antecedem a Páscoa, a mesma é comemorada no primeiro domingo depois da primeira lua cheia, pós equinócio da primavera.

O equinócio da primavera é a entrada no signo de Áries, que é a entrada do ano novo dos antigos e dos astrólogos.

O coelho e os ovos da Páscoa é uma herança de antigos rituais egípcios e celtas, de comemoração também ao novo ano solar.

Para nós do hemisfério sul, a catarse do carnaval e a quaresma podem figurar como uma prática muito interessante, pois aqui nós estamos entrando no outono, e o outono nos pede um maior cuidado para com o nosso corpo e a alimentação, visto que o outono, “pela medicina chinesa” é a estação mais pesada que temos, onde toda a natureza começa a se recolher… e no outono, muito mais do que no inverno, surgem os problemas pulmonares, as gripes e resfriados, porque o nosso organismo que se expandiu no verão, agora quando a temperatura começa a baixar o corpo começa a se recolher e por excessos e toxinas para fora.

A nível psico-espiritual seria sábio que nós também nos recolhêssemos, e fizéssemos um mergulho interior, que nos perguntássemos sobre o rumo que estamos dando a nossa vida, se é esse o rumo que queremos!

Texto elaborado por Jaqueline Carvalho Lunardi